Memória de curto prazo em idosos: como melhorar?

Memória de curto prazo em idosos: como melhorar? Segundo um estudo de uma equipe da Universidade de Boston publicado na Nature Neuroscience, o envio de correntes elétricas para duas partes do cérebro conhecidas por armazenar e recuperar informações aumentou modestamente a lembrança imediata de palavras em pessoas com mais de 65 anos.

O estudo fornece evidências importantes de que estimular o cérebro com pequenas quantidades de corrente elétrica é seguro e também pode melhorar a memória.

As melhorias evidenciadas no estudo foram mais pronunciadas em pessoas com memórias mais fracas, consideradas portadoras de comprometimento cognitivo leve

As ondas elétricas podem imitar ou alterar a atividade das ondas cerebrais para estimular o crescimento e, com sorte, alterar a rede neural do cérebro.

As novas descobertas publicadas em Nature Neuroscience mostra que as células cerebrais são “ativadas em pontos de tempo específicos, e isso é definido pela frequência da estimulação (elétrica)”.

Visando áreas de memória do cérebro

No primeiro experimento, um grupo recebeu ondas gama de alta frequência (60 hertz) em seu córtex pré-frontal, que fica diretamente atrás dos olhos e da testa. Como centro de aprendizagem e cognição, o lobo pré-frontal auxilia no armazenamento de memórias de longo prazo.

Um grupo diferente de 20 pessoas recebeu estimulação teta de baixa frequência (4 hertz) no córtex parietal, uma área do cérebro localizada logo abaixo de onde um rabo de cavalo ficaria. O córtex parietal está acima do hipocampo, outra parte do cérebro que desempenha um papel importante no aprendizado e na memória. As pessoas com Alzheimer geralmente têm um hipocampo enrugado, pois o órgão perde tecido e encolhe.

Um terceiro conjunto de 20 pessoas passou por um processo simulado para servir como grupo de controle.

As sessões ocorreram em quatro dias consecutivos. Cada pessoa fez cinco testes de recordação de 20 palavras durante a estimulação diária de 20 minutos. Eles foram solicitados a recordar imediatamente o máximo de palavras que conseguissem ao final de cada um dos cinco testes.

A equipe de pesquisa avaliou o desempenho de duas maneiras:

Quão bem os participantes se lembraram das palavras do final da lista que eles acabaram de ouvir? Essa seria a medida da memória de curto prazo ou de trabalho.

Quantas palavras eles conseguiram lembrar do início de cada lista, que teria sido recitadas minutos no passado? Esse resultado avaliaria a capacidade de lembrar por um período de tempo um pouco mais longo.

Os resultados mostraram que 17 das 20 pessoas que receberam estimulação gama de alta frequência melhoraram sua capacidade de lembrar palavras desde o início do teste – o que os pesquisadores chamaram de memória de longo prazo.

Da mesma forma, 18 dos 20 participantes que foram submetidos à estimulação teta de baixa frequência melhoraram sua memória de trabalho de curto prazo ou sua capacidade de lembrar as últimas palavras ouvidas.

Comparado com o grupo de pessoas que receberam estimulação simulada ou placebo, aqueles que receberam os tratamentos viram resultados que “se traduzem para os indivíduos mais velhos lembrando, em média, de quatro a seis palavras a mais da lista de 20 palavras até o final da intervenção de 4 dias”, disse o coautor do estudo, Robert Reinhart, diretor do Laboratório de Neurociência Cognitiva e Clínica da Universidade de Boston.

Veja também:

30% do envelhecimento é genético

O Sol e prevenção a osteoporose

Vacina contra gripe pode reduzir em 40% o risco de Alzheimer


1 Comment

4 fatos descobertos sobre o Alzheimer - · September 23, 2022 at 3:15 pm

[…] Memória de curto prazo em idosos: como melhorar? […]

Leave a Reply

Avatar placeholder

Your email address will not be published. Required fields are marked *