Idosos consomem R$ 1,6 tri por ano, mas ainda não são foco das marcas, dizem especialistas – apesar de ser um grupo de maior renda e em expansão, marcas e empresas ainda não priorizam público responsável pela “economia prateada”

Em 2021, cerca de 14,7% da população do Brasil era idosa — ou seja, tinha 60 anos ou mais — segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Esse número deve aumentar nos próximos anos. Projeção do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que, até 2100, a porcentagem de idosos no país subirá para 40,3% da população.

E essa parcela da população também consome. A agência de relações públicas e marketing norte-americana FleishmanHillard elaborada em 2021 indica que a economia prateada — nome dado em homenagem aos cabelos grisalhos, mais comuns nessa fase da vida — é a terceira maior atividade econômica do mundo, responsável por movimentar US$ 7,1 trilhões anualmente.

No Brasil, a economia prateada gera R$ 1,6 trilhão por ano. E esse volume continuará aumentando conforme o grupo de no país se expande. Na projeção da FleishmanHillard, até 2060, serão 73 milhões de idosos no Brasil. Para se ter uma ideia, a população brasileira atualmente é estimada em 213 milhões de pessoas.

Revolução da longevidade

Ainda que representem um mercado trilionário, as marcas não priorizam os consumidores idosos e focam seus esforços de marketings e experiência na Geração Z e nos Millenials (ou seja, aqueles nascidos entre 1980 e 2010), ainda que esses não tenham, necessariamente, maior poder aquisitivo.

Um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) demonstra que, de modo geral, o poder aquisitivo de pessoas com mais de 65 anos é maior. Eles correspondem a 17% da fatia dos 5% mais ricos, enquanto representam 4% da grande fatia de 40% mais pobres.

Isso se dá porque o envelhecimento no Brasil ainda é novidade, explica Michelle Queiroz, fundadora da Rede Longevidade, ONG que produz conteúdos educativos sobre envelhecimento saudável. “Comparado a países da Europa e Ásia, o Brasil está fazendo essa transição mais tarde na história. É normal que tenhamos mais dificuldades em compreender essa cultura, tanto no impacto econômico quanto social”, avalia Michelle.

Desafios e oportunidades

Ambas as especialistas concordam que, em meio a essa revolução, há uma série de desafios que as marcas precisam enfrentar — e também uma série de oportunidades para quem conseguir absorver essa clientela.

Um levantamento da PipeSocial com a Hype60+ mostrou que 52% dos idosos entrevistados não são fiéis a nenhuma marca. Com o público acima dos 75 anos, esse número é ainda maior: 74% dizem não ter marca favorita.

Mercado em crescimento 

Com o aumento da longevidade no Brasil, as perspectivas são de que os idosos caminhem para representar quase a metade da população — correspondendo a 20% do consumo no país.

Além disso, o poder aquisitivo dos mais velhos costuma ser maior. Hoje, as pessoas com mais de 65 anos correspondem a 17% da pequena fatia dos mais ricos do país, enquanto representam apenas 4% dos mais pobres.

Pela carência do mercado, investir em estratégias que comuniquem com os idosos — seja na linguagem, na acessibilidade ou no marketing — gera um sentimento de acolhimento, e pode conquistar clientes extremamente fiéis.

Veja também: Música para a terceira idade

Osteroartrite – sabe o que é?


1 Comment

Por que idoso sente muito frio? - · December 4, 2022 at 5:59 am

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